sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Outono.





Eternamente foram os dias que passei sem você. A saudade me consumia, dilacerava, corroia o meu ser.

Me senti fraco precisava de você. Como folhas cálidas, alaranjadas que despencavam das árvores, era outono, o meu outono.

Uma única nuvem em meio aquela imensidão azulada, como uma mancha pintada no céu.

Isolado, sombrio, caído, triste, frio e abatido. Era tudo o que parecia ser, era tudo o que eu era nesse momento.

Faltavam apenas dois dias, a dor era insuportável. Noites sem dormir, tristes, secas ou úmidas, noites de olhos abertos.

Olhava para o meu teto, um céu sem estrelas, nem se quer uma lua para a minha companhia.

A chuva leve e fria descia sobre a minha janela, ela sentia a minha dor. Um vento tenebroso, parecia não ter mais fim.

Somente um dia restava, já não existiam forças dentro de mim. Estava em pedaços, o único motivo para continuar era você.

Iniciava o começo e fim de mais um outono na minha vida.


domingo, 4 de outubro de 2009

Lágrimas.

Ouço o som da chuva nessa triste madrugada.
Eu sabia que não estava só, tinha comigo as lágrimas.
As lágrimas não eram somente minhas.

Eram lágrimas de uma nuvem solitária, de uma noite fria e silenciosa.
Lágrimas de saudade, pelas amizades que sei que um dia irão partir.
Lágrimas de dor, por ter sido traído, por ter confiado, porque as vezes é necessário mentir.
Lágrimas de tristeza, por saber que um dia você poderá ir.
E não ter conseguido terminar aquela promessa, que seria para sempre.
Lágrimas de angústia, por tentar ser o que já fui e nunca conseguir.
Lágrimas de alegria, saber que você e meus melhores amigos estarão sempre no mesmo lugar quando eu precisar.

São somentes lágrimas e nada mais.
Lágrimas que caem ao chão, fazendo um som ensurdecedor.
Mas os únicos que conseguem ouvir são aqueles que sabiam o que eram as lágrimas.