quarta-feira, 24 de maio de 2017

Intempérie.


Já faz muito tempo que não vejo ventos fortes no mar. O sol está escondido em meio a nuvens quase negras. Meu coração está acelerado, creio que irá chover, tenho que correr para não me molhar e não me encharcar nessa intempérie. Aparentava ser um belo dia, mas o tempo mudou e cá estamos nós, a sós, pudera eu te enrolar nos meus braços em meio aos meus lençóis e te aquecer, fazer com que você realmente acreditasse que tudo ficaria bem, mas estamos em lugares distintos, estou debaixo da varanda me protegendo e você continua a se molhar.

As lágrimas do seu rosto se misturaram com a chuva e se tornaram um rio que corriam em você, mas nem as suas lágrimas eu conseguia secar. Um velho sábio me disse uma vez que as lágrimas limpam a alma. Cá estou eu esperando a sua alma ser limpa para te abraçar. Essa minha espera durou apenas alguns segundos e corri, em meio aos meus tropeços, as minhas falhas, eu fui te buscar. E naquela chuva, trovões gritavam no céu e o medo me paralisou por alguns segundos, mas eu continuei e te achei, você não quis voltar para a varanda comigo, na chuva você queria continua, decidi então ficar sentado ao seu lado, tentando te esquentar naquele temporal.

"Eu sei que em breve essa chuva irá passar, mas eu te prometo que estarei ao seu lado, mesmo em silêncio, envolto em meus braços, o tempo que precisar."